Num velho quarto de banho duma velha residencial flaviense, Marcos André, um investigador policial, certa manhã dum tórrido verão, após proceder à sua higiene pessoal, fica, acidentalmente, "sequestrado" no seu interior por uma velha fechadura que teima em não abrir.
Pede, então, ajuda do interior, e eis que, no corredor em frente, vai a passar Liliana, uma jornalista, que se disponibiliza a libertá-lo, abrindo-lhe a porta pelo exterior.
Com surpresa, descobrem que, afinal, já se conheciam dos tempos da faculdade, e por quem, por sinal, ele sempre nutrira um certo fraquinho que, contudo, nunca lhe denunciara.
Entretanto, após o insólito "sequestro", descobrem, através das conversas que se vão sucedendo, que, afinal, estão ambos encravados numa velha e depauperada relação conjugal que já perdera todo o elã, mas a que as grilhetas dum compromisso assumido em dado momento das suas vidas continuam a amarrá-los.
Cientes de que a libertação, numa sociedade ainda avessa a esse tipo de rupturas, tem os seus custos pessoais, familiares e sociais, serão eles capaz de os assumir, resgatando-se reciprocamente às suas velhas relações?
Lançamento do romance Violetas Selvagens, de Miguel Henriques, em 3 de junho de 2017, na Casa de Allen, Porto
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